sábado, 14 de fevereiro de 2015

Travessia Fantástica


POR LIPE LIMA

Sexta passada fizemos uma travessia “acidental”.
Meio que sem querer, acabamos passando por todos os contos de uma só vez. No ensaio estavam eu e Barbara, Pedro e Caio na música.

A pedido de Olívia, que não estava naquele ensaio, farei uma descrição objetiva das transições que fizemos entre alguns contos. Transições quase inexistentes, que transformam ao invés de romper.

Os Vencedores de Amanhã -> Ser pó

Knocker agora é um cavalo. Viveu sua trajetória como um cavalo (confundindo-se com um, ou sendo um mesmo). Sua morte se dá como resultado de uma longa cavalgada – ou pelo cansaço da atriz que não aguenta mais e escorre pro chão. Nesse momento, Knocker já virou aquele que se transformará em cacto.

Ser pó -> Valdemar

O cacto vive seus instantes de agonia. Ele vai virar pó. Sabe de seu destino inevitável e decide se submeter ao processo proposto pelo hipnotizador. O hipnotizador então “acomoda” sua cobaia e prepara o experimento.

Valdemar -> Casa Tomada

É um momento de clímax. O hipnotizador faz a contagem para que Valdemar saia do transe e finalmente esteja livre pra morrer. 3, 2, 1; a gosma cai do alto (no improviso usamos água mesmo). O hipnotizador desce, pega um pano e começa a limpar a casa. Irene sai pra se secar. O irmão conversa com o público, conta histórias sobre a casa e sobre a irmã.

Casa Tomada -> Sozinha com sua alma

Irene se levanta enquanto o irmão sai de cena. Ela fica sozinha na casa. Dança com um emaranhado de lãs e fios que estão enroscados nos móveis. Prende-se nos fios. (dar a condição solitária da mulher foi difícil. Recorremos a frase “estou sozinha no mundo”) Alguém bate na porta. A música ajuda a tensão, como num filme de suspense. Ela caminha em direção a porta e arrasta com ela todos os móveis aos quais ela está presa pelos fios. Quando abre a porta, a peça acaba.

NOTA MENTAL: Esse não é um processo colaborativo.


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