Caro amigo,
mais uma vez faltamos com a nossa palavra.
Sei que você já deve nos convidar com a desconfiança daqueles que já foram enganados por muitas e muitas vezes. Sei também que
minhas palavras já não devem convencê-lo da veracidade de minhas desculpas. Eu
mesmo não acreditaria que, por mais de quinze anos, meus “melhores amigos” (nem
sei se ainda merecemos tão honroso título, meu caro amigo) nunca conseguiram me
visitar nos aniversários, no meu casamento, no nascimento de meu filho (Como vai
o pequeno Dodô?).
Exatamente por saber que de nada mais vale
minhas palavras é que lhe envio a notícia, documento incontestável, de nosso
último fracasso.
Já estávamos no ônibus, eu e Julieta, malas
despachadas, indo até o avião quando uma funcionária, desconcertada, nos avisou
do ocorrido. Eu ainda perguntei a ela “O avião foi sem a gente?” e ela apenas
disse “É”.
Mais uma vez. Mais uma vez.
Nossas malas chegarão e nós permaneceremos.
Julieta manda beijos à Ofélia e diz ainda
guardar o guia de Moscou. Ainda tem esperanças de devolvê-lo em mãos. Eu nada mais prometo, meu amigo.
Um fortíssimo abraço,
Fourmi.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2016/02/04/aviao-decola-para-o-rj-e-passageiros-sao-esquecidos-em-aeroporto.htm
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