A primeira foi a CENA 2 - INSURREIÇÃO, escrita a partir do conto A Verdade sobre o caso de M. Valdemar, do norte-americano Edgar Allan Poe.
Figurinos dos personagens esperando para serem vestidos: Fantasmas de pó esperando pra se tornarem Fantasmas de carne.
- Caros Doutores, podem vir agora. Os médicos consideram que não passará de amanhã à meia-noite; o calculo me parece correto. PJD.
- Depois de algum tempo em que se está nas peregrinações para o encerramento da vida, você se habitua a lidar com a morte como um bicho perigoso que, apesar de toda braveza, acompanha os seus passos silenciosamente e de modo muito respeitoso, sem tentativa de ataque. A morte não é traiçoeira como os homens. É como uma ave carnívora, um abutre, um urubu talvez, que espreita sua vítima e só a engole depois que o próprio tempo tenha feito sua parte. A morte não mata ninguém.
Depois, partimos para a CENA 3 - SOZINHA COM SUA ALMA, escrita a partir do conto homônimo de Thomas Bailey Aldrich. Uma mulher, depois de dormir quarenta anos, desperta e comemora com o marido 1 mês de vida.
- Uma mulher está sentada sozinha em sua casa. Sabe que não há mais ninguém no mundo: todos os outros seres estão mortos.
- Na volta do açougue, passava pelo parque para olhar as pombas. Nunca entendeu o ódio de alguns com as pombas. Levava farelo de pão no bolso para alimentá-las. Agora, nem elas existem mais, todas se extinguiram, assim como os gatos, ratos, cachorros, girafas, zebras, panteras e corvos, todos os animais estão mortos - a última barata ela matou anteontem. Até os vegetais estão parando de crescer.
(trechos de FANTASMAGORIA CARNE, de Paloma Franca Amorim)
- fotos tiradas por Luiza Meira Alves no ensaio do dia 26/jul/2015 durante experimento cênico.
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